
sábado, 1 de janeiro de 2011
Fogos de artifício
Numa praia de Copacabana, dia último do ano. Era difícil reconhecer quem quer que fosse no meio te tanta gente de branco. Estimava se o número de 2 milhões de pessoas ali juntas, num único aglomerado entre o calçadão e o mar. Iemanjá dava a todos o ar de sua graça. De quando em vez, molhava uns e outros com enormes ondas. A Deusa das águas enfeitava-se se cobrindo de rosas, palmas brancas, lírios e copos-de-leite que lhe eram oferecidos. Na areia, próximo ao mar, um pai e uma filha, de aparentes quatro anos e cabelos cacheados. Ele levando-a carinhosamente e segurando-a pela mão, perguntava se conseguia ver algo. Triste, a menina respondeu que não. O pai então, num ato quase de super-herói, pegou a filha no colo e colocou-a sobre os ombros. A menina agradecia beijando-lhe a testa. Perto deles, um casal com um cachorro. Ambos felizes, comemorando o novo início. O cachorro pulava nos dois, contaminado pela felicidade. Latia, espalhava areia, lambia, pulava nos dois, que riam da vida. Um grupo de jovens, sob efeito do álcool, cantava, se abraçava, ria. Eram cerca de seis ou sete os adolescentes. Reparavam numa menina sentada na areia perto deles. Ela parecia triste, quase chorava. Se juntaram a ela, convidaram gentilmente para festejar com eles. Ela foi. Começaram a conversar, tornaram-se amigos e logo riam juntos. E foi nesse encanto, nessa junção de várias situações de pessoas estranhas, comemorando juntas, algumas pagavam promessas, outras bebiam, várias se abraçavam. Todas as luzes se apagaram. Os postes, prédios, holofotes, tudo. As balsas, no meio do Oceano Atlântico, costeando a praia de Nossa Senhora de Copacabana, começaram a explosão. O céu, antes escuro, cinzento e nublado, agora via-se iluminado pelos fogos coloridos. Alguns tinham o formato de coração, outros, de carinhas sorridentes, outros, eram apenas fogos de artifício normais. Normais, porém mágicos, encantados. Os fogos enchiam o céu. E não só ele, como os olhos de quem os via. Todos comemoravam a chegada do ano novo. Depois de algum tempo da queima de fogos, começou a chover. Ninguém se importava, todos comemoravam. O pai com a filha sobre seus ombros, o casal com o cachorro, a moça, que agora, comemorava junto com seus novos amigos. E tantos outros casais que se beijavam, amigos que se abraçavam, famílias que pulavam, todos comemoravam juntos uma data de recomeço, tudo novo, tudo alegre, tudo em paz. Todas aquelas pessoas unidas ali, numa esplendorosa queima de fogos de artifício que, de tão magnífica e maravilhosa, parecia não ter fim. Feliz 2011.

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4 comentários:
Que todos os seus sonhos se realizem nesse novo ano. Feliz Ano Novo!
Muito obrigada. Igualmente e tudo de bom pra você nesse 2011.
Beijos
Ingrid
Gostei! =)
Feliz Ano Novo!
Beijo
Ai obrigada, feliz ano novo pra você também! =)
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