Quando efetivamente se viram, ambos coraram, havia muita gente falando em volta. Ela tinha vergonha de falar. Cada gesto, cada palavra, tinha significado, lembrava uma história, uma piada dos dois, qualquer coisa que fosse. Tudo tinha significado. O doce cheiro dele, que agora está perto, a invade novamente. Por que tanta gente em volta? Por que só não os dois? No dia anterior, roubara-lhe um beijo (ou dois, ou três...). Pensava ela: Aconteceu mesmo? Não fora imaginação? Só pode ser fantaisa. Será? Ela queria que não. Se bem que encontrava-se tão cega que já nem sabia mais distinguir o que realmete acontecera do que ela queria que tivesse acontecido. Queria eternamente estar em seus braços. Receber seus acalentos e beijos. Seria verdade? Seria mesmo? Não, não podia. Era bom demais. Aulas, aulas, aulas. Por que não consegue prestar atenção? Por que só consegue pensar em seu doce cheiro, que a invade? Em seus olhos azuis, que chamam?
